Certa vez, quando ainda estudava no Colégio Militar, escrevi uma frase no quadro que causou um certo mal estar. Tinha acabado de achar essa frase em algum lugar, acho que era de James Dean, achei bem chocante e, como sempre adolescentes adoram causar espanto, resolvi colocá-la antes de uma aula de Português. Minha professora era uma senhora de uns 320 e poucos anos e não se dava muito bem com os seus alunos. Pois bem, a frase era a seguinte: "Viva rápido, morra jovem, deixe um belo cadáver". Algo que traduz a "Juventude Transviada" daquela época e a de nossa época também. A professora entrou e olhou para isso com uma cara de espanto e disse: É assim que vocês jovens pensam ? E então respondi que sim, e ela fez uma cara de reprovação. Aquilo na época não me causou muitos problemas, com exceção do fato da professora me achar um, digamos, perdido, mas agora isso me fez refletir um pouco.
Será que realmente vale a pena viver loucamente, usar aquele clichê "viva cada dia como se fosse o último", gozar da vida sem se importar com o amanhã? Ou então é melhor ignorar tudo o que traz felicidade e te dá prazer e viver uma vida regrada em que você sabe exatamente qual futuro seguir ?
A juventude é isso, impaciente, imprevisível, espontânea, irracional, etc. Nós precisamos saciar nossas vontades imediatamente, precisamos fazer tudo aqui e agora. Sim, é isso que pensamos. Sim, somos inconseqüentes, somos transviados, mas não abaixamos a cabeça para imposições, não ficamos calados perante a adversidade, não tememos os pecados capitais, e nem nos importamos com o papa. Queremos tudo e ao mesmo tempo nada. Queremos viver, respirar, responder, criticar, lutar, evoluir. Queremos ser jovens para sempre, nós iremos ser jovens para sempre. Juventude perdida? Geração caótica? Talvez, mas nós somos o futuro, e nós iremos mudar o verdadeiro caos em que se encontra o nosso mundo. Nós livraremos a sociedade da estagnação. Seremos os santos pecadores, os governantes anarquistas, os filhos bastardos de vossa passividade que aprenderam com os erros dos antecessores. Aceitem, a revolução chegou.
"Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, o jovem no Brasil nunca é levado a sério."
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