domingo, 2 de janeiro de 2011

'Meu sonho é seu desejo realizado nos meus dedos..''


Quando você dormir essa noite, mais a vontade possível, ou de calcinha e sutiã ou de camisola, eu estarei mentalmente aí e sei que você vai me sentir perto de você. Quando você suar de madrugada serei eu que estarei aí. Quando você se debater na cama - serei eu que estarei aí Quando você sonhar as coisas mais sujas e proibidas que você não contaria pra ninguém, nem mesmo pra sua melhor amiga, fique sabendo que sou eu quem faz você se sentir assim - é a minha presença que vai estar aí, te entupindo desse desejo que queima sua pele, que te faz arder, mas do qual você não consegue se libertar. Num estalar de dedos a sua camisola, branca, de seda, vai se rasgar de cima a baixo te deixando nua e totalmente indefesa perante o frio da noite, mas você vai estar presa e não vai falar nada - porque essa invasão, sim, essa invasão te domina, te domina de um jeito que você, mesmo podendo, não quer se libertar. E quando você pensar que eu vou te fazer chegar ao ápice desse teu louco desejo que te faz perder a noção do que é certo e errado e se entregar a todos os mitos e todos os fatos controversos que chamam de céu e inferno, quando todas as equações fizerem algum sentido e toda a natureza parecer se simplificar pra você, num estalo você irá acordar e perceber que eu fugi pela janela, como um vulto preto que se esvai em meio à fumaça, ou um vampiro que se esconde ao badalar das cinco - 'foi tudo sonho?'. Você nunca terá certeza. O certo é que o desejo continua lá e junto com ele a certeza de que não há cura tradicional pra ele - todos são imperfeitos e somente eu - um mito ou um medo? - poderei um dia, numa noite fria de maio arrombar sua janela de madeira e finalmente - poder te dar esse remédio que quebra as algemas que te prendem os pés.