sábado, 16 de outubro de 2010

"Dias, noites e rabiscos num canto de um livro"

Expondo meus erros
E dividindo meu mundo com os outros?

Minha companhia é dos gatos no cio
Que mostram sua cara pra lua
E se amam no frio

Ressona no meu ouvido o barulho da cidade
Os carros não são tantos
As putas já são muitas

Eu nunca vi um decote tão grande
Carros param e crianças entram
E pistas livres abrigam pegas
E as cegas a maconha esfumaça

Eu tô voltando pra casa depois de um ensaio
Quase que eu caio na armadilha daquele cara
Não sou otário a esse ponto
O ponto chegou vou descer do ônibus

A noite tem tantos bônus
As noites têm tantos ônus

Ela ainda está acordada
E eu a amo
O amor tem tantos ônus
É...

Eu não quero dormir
Mas eu quero que ela vá embora
Meu corpo é do vento
Mas meu coração é dela

Só posso fumar na janela
Daqui a pouco meu pai acorda
Vou embora
Vou embora desse mundo de faz de conta

Amor é pra outra hora
Ele tem tantos bônus
Tem tantos ônus
É como a noite

E você é meu céu estrelado
E você é o vento frio que passa
E você é a trapaça que me faz estar acordado

Eu não te amo
Eu só me perco no que eu sinto
E no que preciso sentir

"Planos... enganos..."


Aquele menino estranho do fundo da sala
Talvez te ame em segredo
Ele mal faz a barba
A cara mal encarada
Do tipo morcego

Ele não sabe como dizer
Talvez nem tenha muitas palavras
No pé da cabeça
Muito menos sussurros ao pé do ouvido

Mas existe uma coisa
E só isso por si só já traz mais que demais envolvido
Ele tem planos e sonhos que diz
Nunca realizo

Ele tem planos que só por si só
Só trazem o pior
Transformam em pó qualquer tentativa de sorriso
Eu tenho planos e sonhos e digo
Nunca os realizo

Aprende que o mundo agora vale mais
Quando se sobe em cada vacilo que cai
Quando se transforma no próprio algoz
E quando se diz menos que o preciso

Ele tem planos que só por si só
Só trazem o pior
Transformam em pó qualquer tentativa de sorriso
Eu tenho planos e sonhos e digo
Nunca os realizo

"Frigidez Psicótica"

Eu não conheço mais os meus amigos
Nem me reconheço no espelho
Nem fico do lado das pessoas que me querem

Me disse coisas tão lindas
Mas só naquela noite
Fez elogios tão doces
Mas só na beira da morte

Menina de momentos
Menina de friezas
Meninas de mentiras
E delicadezas

Talvez um dia alguém te bata na cara
E você goze
Talvez uma hora a vida te encara
E o espelho também quebre pra você
Você tem que aprender

Ela sempre esteve do meu lado
Mas eu nunca a quis mais que uma amiga
Ou terapeuta

Me disse coisas tão tristes
Todos os dias
Me confiou essa agonia
E agora era eu quem mentia

Menino de tormentos
Menino sem destreza
Menino de mentiras
E sem delicadezas

Toda manhã me bate na cara
E a gente sofre
Todo hora a rotina me encara
E a gente foge

Vamos fugir para a última estação de trem
Vamos cultuar a natureza
Não há certeza de nada além
Vamos voar pras estrelas

Eles não se encaram
Mas a gente pode criticar?
Vamos pra natureza
Vamos nos cultuar