segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Human Corp.

E então você acorda. Sente um cheiro podre, olha para os cantos, procura algum animal morto, comida estraga, mas não enxerga um palmo à sua frente. Tenta se tocar, está acorrentado, parece que faz tempo. Percebe que tem feridas extremamente doloridas, e sente vermes andando por sua carne. Bom, pelo menos já sabe de onde vem o cheiro. Não se lembra muito bem de como, ou por qual motivo foi parar ali. Se sente inocente, e em instantes fica revoltado e se sacode, bate os grilhões na parede... em vão. Ninguém mais pode te ouvir, ou melhor, ninguém mais quer te ouvir. Você se sente tão fraco agora, nem parece mais o jovem influente e poderoso que foi um dia. Tudo em você está podre, desde seus ossos até a suas ideias. Sente fome e sede, mas nada mais vem a você. Tudo está esgotado, e estás sozinho e sem nada pelo resto da eternidade. Não há amigos, parentes, mulheres. Não existem mais chaminés, contratos, dinheiro, prostitutas, carros de luxo, nada. Então lê em seu braço um nome, deve ser o seu, talvez. Diz, Irracional. Talvez um belo nome para um corporativista, que enfim, tem seu fim como merece. Quem sabe, um dia.

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